Mario Sá-Carneiro (Lisboa, 1890 – París, 1916)
Novelista, cuentista y poeta
modernista. Sumido en una gran depresión, se suicidó con tan sólo 26 años en
presencia de su amigo José de Araujo, ingeriendo seis frascos de arseniato de
estricnina, en un hotel en Montmatre.
Entre sus obras, ‘Amizade’, ‘Princípio’, ‘A confissao de Lúcio’, ‘Dispersao’ y Céu em fogo’.
Último soneto
Que rosas fugitivas foste alí!
Requeriam-te os tapetes, e
vieste…
Se me dói hoje o bem que me
fizaste,
é justo, porque muito te devi.
Em que seda de afagos me
envolví
quando entraste, nas tardes que
apareceste!
Como fui de percal quando me
deste
tua boca a beijar, que remordí…
Pensei que fosse o meu o teu
cansaço…
Que seria entre nós un longo
abraço
o tedio que, táo esbelta, te
curvava…
E fugiste… que importa? Se
deixaste
a lembrança violeta que
animaste,
onde a mina saudade a Cor se trava?
Fim
Quando eu morrer batam em
latas,
rompam aos saltos e aos
pinotes,
façam estalar no ar chicotes,
chamem palhaços e acrobatas!
Que a meu caixao vá sobre um
burro
ajaezado à andaluza…
A un morto nada se recusa,
eu quero por força ir de burro.
Imágenes:https://www.google.com/
No hay comentarios:
Publicar un comentario